
Publicação: 11 de February de 2017
Brasília, 01 de fevereiro de 2017
O Brasil está registrando, neste início de ano de 2017, a maior epidemia de febre amarela nos últimos 70 anos, com mais de 100 casos e mais de 40 óbitos confirmados, até o momento.
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, cujo agente etiológico é um vírus do gênero Flavivirus. É transmitida pela picada de mosquitos infectados dos gêneros Aedes, Haemagogus e Sabethes. Incide atualmente em países centrais da África e em vários países da América do Sul.
Do ponto de vista exclusivamente epidemiológico, podem ser diferenciados um ciclo urbano e um ciclo silvestre de transmissão. No ciclo urbano, o Aedes aegypti é seu principal vetor. Desde 1942, não há registro do ciclo urbano da febre amarela no Brasil. No ciclo silvestre, o vírus é transmitido nas Américas por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e mantido pela infecção principalmente de macacos e da transmissão transovariana nos mosquitos. Outros mamíferos podem ser reservatórios, como alguns marsupiais e roedores. Os seres humanos não imunizados podem infectar-se em áreas rurais, regiões de cerrado, de matas ou de florestas. A doença é única. A diferença está apenas nos transmissores e hospedeiros principais e no local geográfico de aquisição da infecção. Desde 1937, existe uma vacina muito eficaz e bastante segura contra febre amarela, composta de vírus atenuado.
Até o momento, todos os casos registrados nessa epidemia parecem ser resultantes do ciclo silvestre, pois foram adquiridos em áreas com presença de mortes de macacos.
Todas as regiões do País apresentam áreas com possibilidade de transmissão silvestre da doença. Tendo em vista a presença de mosquitos Aedes aegypti em praticamente todas as áreas urbanas dos municípios brasileiros, existe o risco das pessoas doentes, deslocando-se para as cidades, durante o período de transmissibilidade do vírus, infectarem esses mosquitos e iniciar-se a transmissão urbana da doença.
Os casos confirmados este ano concentram-se nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com alguns poucos casos no interior de São Paulo e no sul da Bahia.
As causas para o surgimento dessa epidemia são múltiplas, mas a principal é a baixa cobertura vacinal da população das áreas com recomendação de vacina. Se não podemos impedir a circulação do vírus em áreas de mata, podemos impedir que seres humanos adoeçam. Segundo informações obtidas, a cobertura vacinal nas regiões de Minas Gerais, onde estão sendo registrados os casos humanos, estava em torno de 45%, quando o ideal é mantê-la acima de 80%.
O controle dessa epidemia baseia-se na intensificação da vacinação da população exposta ao risco de adoecer (pessoas que vivem ou se dirigem para áreas rurais dos municípios com recomendação de vacina), como está sendo feito pelos serviços de saúde. A proteção da vacina inicia-se após 10 dias de sua aplicação.
O que fazer para impedir novas epidemias de febre amarela?
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Immunizers can have a major impact on improving the quality of life of people living in the poorest regions of the world
The disease is one of the main causes of child mortality in third world countries
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Between January 02 and April 02, 323,900 suspected cases of the disease were recorded, 85.6% higher than in the same period of 2021